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Spike - Meu querido rottweiller



Gostaria de contar sobre Spike, um lindo e bom cachorro que eu tive...
 
Spike era um rottweiler, muito amoroso com todos, eu era a melhor amiga dele... a responsabilidade era minha, de alimentar, dar banho, etc.. enfim, criei ele desde os 40 dias de vida. Rottweiler não vive muito como os outros cães, eles vivem por volta dos 10 ou 11 anos.. Spike já ia nos 12, mas era lindo sabe, e saudável.
 
Até que começou a emagrecer e surgiu algo na boquinha dele, ele começou a sofrer muito, e todos diziam que era melhor sacrificar.
 
E eu fui segurando até onde dava, pois eu sempre fui contra eutanásia. Mas a coisa foi ficando cada vez pior, ele começou a coçar a bochecha e a pele começou a cair, e eu não suportei vê-lo definhar e sofrer daquele jeito. A boquinha estava totalmente exposta.
Decidi pelo sacrificio, foi muito complicada essa decisão, mas naquele estado eu não poderia deixa-lo. Não mesmo, não poderia vê-lo acabar sendo comido por larvas de moscas, pois era isso que ia acabar acontecendo, mesmo mantendo ele e o ambiente limpo. A bochecha estava pendurada já. As carnes caindo...
 
Enfim, o veterinário chegou, examinou ele e disse que não havia nada a ser feito mesmo, pois o cancer estava num local muito complicado e já tinha se espalhado por outras partes do corpo. Mas ele elogiou muito o estado do cachorro, pela dentição perfeita, a pelagem.. para um cachorro idoso ele estava muito bem cuidado. Estou dizendo isso pra saberem que ele era como um filho pra gente e recebeu o melhor tratamento que um cão pode receber na vida.
 
Então, esse profissional nos prometeu que seria sem dor, sendo aplicadas duas injeções: uma anestesia profunda e a outra que o faria desencarnar. E foi assim que aconteceu.
 
Fiquei a semana inteira sofrendo, pela perda do meu amigo e também ainda com a preocupação se eu havia interferido negativamente no seu karma. Mas naquela mesma semana aconteceu uma coisa: eu fui afastada do corpo por meus amparadores, e eles me disseram que eu precisava ver algo. Fiquei surpresa! Cheguei num local enorme, com muito verde e Spike estava lá. Mas achei estranho um detalhe: ele estava usando coleira (eu nunca deixei ele preso em coleira quando encarnado). Daí minha amparadora pediu que eu soltasse ele, e assim o fiz... quando abri a coleira, Spike saiu correndo no meio do gramado, latindo muito de alegria, gordinho, bonito.. indo embora como se estivesse se despedindo de mim e dizendo que estava tudo bem. Não precisa dizer que eu estava me afogando em lágrimas, me emocionei por esta despedida e por saber que tudo tinha ficado bem.
 
Minha amparadora falou que estava na hora dele, e não tinha que sofrer mais mesmo.
 
Não estou aqui defendendo eutanásia, cada caso é um caso, e neste caso, eu não sinto mais remorso algum, pelo contrário, tratei bem meu amigo até o fim. A missão foi cumprida, depois disso já vi ele algumas vezes mais, e ele continua do mesmo jeito, gordinho e feliz me esperando do lado de lá.
 
Amem seus bichinhos, cuidem deles até o fim, e se ficar muito crítica a situação peça ajuda ao mais Alto, a resposta sempre vem para os corações sinceros e dispostos a ajudar seu amiguinho de verdade.